Emigrar...

Uma garota perguntou-me à dias, porque tinha saido do meu país , para emigrar...
Como se explica a uma criança? Como se explica a um adulto? Como se explica um sentimento, tão complexo, tão contraditório....que nos aperta o coração de dôr, e nos motiva para um futuro melhor.
Respondi que emigrar era dificil. -Dificil, porquê?
Pôxa, e eu que gosto sempre de satisfazer a curiosidade das crianças, porque acho saudável!!

Emigrar...-começei eu, sem saber por onde ia - Emigar é, já sei! Sabes quando vais a casa dos teus amigos?
-Sim, - respondeu ela - é bom.
-Eu sei, tu gostas, sentes-te lá bem, fazes coisas novas e diferentes, aprendes algo mais, é tudo novidade!! Mas à noitinha....queres voltar para a tua casa, porque é lá que te sentes 100% confortável, conheces o lugar das coisas de cor, sabes os hábitos e regras da casa, e é no teu quarto que te sentes seguro....

Emigrar é como estar sempre na casa dos outros, pode até ser divertido e aprender coisas novas....mas não é a nossa casa...
E estar sempre na casa dos outros fica desconfortável.

Isabel Peres

4 comentários:

  1. E isso mesmo...nunca tinha realizado dessa maneira, e por vezes poderemos ter 2 casas...uma na cidade e uma no campo...como eu Luso-Françesa....mas tb. nao é confortavel!!!Ja sao culturas bem diferentes, habitos e maneiras de viver.

    ResponderEliminar
  2. Aqui, seremos sempre de lá, e lá somos "já" de fora...Aqui, o coração está lá; Lá, a cabeça está aqui...Ficamos em cima do muro..;E acabamos em terra de ninguém.

    ResponderEliminar
  3. Custa mudar de casa,emprego....mudar tudo ao mesmo tempo, deve doer. Desejo que a vida te sorria. :)

    ResponderEliminar
  4. Mas também existem aqueles que não se sentem bem na terra onde nasceram, que consideram essa circunstância um "erro geográfico".
    É o meu caso. Vivi por duas vezes em Moçambique; a primeira 10 anos e a segunda 7 anos. Regressei a Portugal há 5 anos e ainda hoje acordo com a esperança de que, quando abrisse os olhos, Portugal não passasse de um pesadelo produto das 8 horas de vida onírica.
    Elisa Pires de Carvalho

    ResponderEliminar